O Voto de Jefté

Muitos questionam se o voto de Jefté foi aceito ou não, neste artigo procuramos esclarecer esta dúvida.

Fez um voto solene (Juízes 11.30a)
Primeira parte do voto:
1 Se entregares Amom em minhas mãos.
2 Então eu oferecei aquilo que primeiro sair da minha casa para me encontrar quando eu retornar da guerra
Segunda parte do voto: (Juízes 11.31a)
1 Dedicá-lo a Jeová, de acordo com Levítico 27.
2 Se for adequado, oferecê-lo como holocausto a Jeová. De acordo com os mais precisos eruditos hebreus, deve-se ler este segundo voto assim: Eu o oferecerei ao Senhor, ou Eu o oferecerei como holocausto, o que quer dizer que qualquer coisa adequada para um holocausto deveria ser tornar um, e qualquer coisa adequada para o serviço de Deus deveria ser consagrada a Ele. Mesmo que essa tradução não seja correta, devemos entender que tal ideia está implícita no voto, pois Deus não aceitaria um sacrifício humano (Lv 18.21; 20.2-5). Como o que saiu de sua casa (sua filha) não era próprio para um holocausto, não teria sido aceitável a Deus, e teria feito cair sentença de morte sobre Jefté, a única coisa que ele poderia fazer era oferecê-la ao Senhor para virgindade perpétua (vv. 36-40)
Juízes 11.32a O Senhor os entregou. Sem Ele, Jefté não teria tido sucesso. Ele feriu os amonitas desde Aroer, um rio do lado norte de Amom. até Minite, uma cidade a 6 km de Hesbom – uma distância de 48 a 64 km -, e tomou 20 cidades (vv 32,33).
Juízes 11.34a Foi a primeira pessoa que saiu de sua casa e estava ligada com o seu voto do v.31.
Juízes 11.34b Era costume entre as mulheres de um exército vitorioso sair com aufes e danças para encontrar os heróis vitoriosos (v. 34; 1 Sm 18.6).
Juízes 11.35a Jefté não apenas estava aflito porque sua filha deveria ser entregue ao Senhor para virgindade perpétua, mas também porque significava que sua família não continuaria em Israel, pois ela era sua única descendente e, portanto, a única que poderia manter a existência de sua família (vv. 34,35)
Juízes 11.35b Jefté falou à sua filha sobre o voto que ele havia feito concernente a ela, o que não poderia deixar de cumprir (v 35). A lei não teria permitido que ele a sacrificasse como holocausto. Não somente era proibido sacrificar seres humanos desse modo, mas também qualquer animal, exceto o boi, o novilho, o bode, a cabra, o bezerro e o pombo. Apenas esses eram aceitáveis a Deus.
A lei dos votos (Lv 27) diz que pessoas, animais e outras coisas poderiam ser oferecidas a Deus para propósitos santos, muito embora não pudessem ser usados em holocaustos. Além disso, esses poderiam ser redimidos com dinheiro se o voto fosse simples, e a quantia deveria ser dada aos sacerdotes e levítas (Lv 27.1-25). Outras coisas (como os primogênitos de animais puros, todos os dízimos e qualquer coisa dedicada ao Senhor como sendo consagrada não podiam ser redimidas. Coisas consagradas deveriam permanecer no serviço de Deus (Lv 27.26-29). Foi esse tipo de voto que Jefté fez para Ele, de maneira que ele consagrou sua filha a Deus para virgindade perpétua – Isso ele era obrigado a fazer (v. 35).
Juízes 11.36b A filha de Jefté estava disposta a cumprir sua parte no voto porque Jeová havia dado a Israel a vitória sobre os amonitas (v. 36). Ela até mesmo elaborou alguns termos que foram aceitos por seu pai (v. 37).
Juízes 11.37a O pedido dela era para que lhe fosse dado dois meses, a fim de que ela chorasse sua virgindade com outras filhas de Israel. Esse fato por si só prova que o problema não era o de que ele seria oferecida ilegalmente como sacrifício a Jeová. Ela deveria simplesmente permanecer virgem por todos os seus dias, o que por si só era um grande sacrifício e uma calamidade em Israel. Aquilo significava que ela não poderia cumprir sua parte na vida de Israel, mantendo a sua família viva no meio do povo. Assim, a família de Jefté foi simplesmente extinta, pois ele não tinha outros filhos para levar seu nome adiante (v. 34). Ela deveria ser oferecida para o serviço do tabernáculo como serva por toda a vida. Está claro que havia várias servas consagradas dessa forma, a partir do fato de que, após a guerra contra os midianitas, certas virgens foram consagradas a Deus como a parte do Senhor no voto (Nm 31.15-40).
Juízes 11.39a Isso por si só estabelece a questão do que consistia o cumprimento do voto. Como não podia haver holocausto de seres humanos para Jeová, o oferecimento da filha de Jefté para virgindade perpétua era a única forma de cumprir o voto. Aqui claramente diz como ele foi cumprido – ela não conheceu varão (v. 39).
Juízes 11.39b Um novo costume foi criado em Israel a parti dessa consagração de uma filha para virgindade perpétua – costume de as filhas de Israel lamentarem o sacrifício da filha de Jefté, cuja consagração impediu que ela fosse mãe em Israel e lhe pegou a possibilidade de ter parte na vinda do futuro Messias ao mundo. A parti daquele dia, as filhas de Israel passaram a lamentar o seu sacrifício durante 4 dias em cada ano (vv. 39,40). Não se sabe por quanto tempo esse costume se manteve, mas pelo menos ele continuou durante a vida da filha de Jefté e pelo menos em Gileade ele foi guardado, se não em todo o Israel.

Fonte: Bíblia de Estudo DAKE

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